Quero saber em que momento nós humanos aceitamos a
possibilidade de vivermos segmentados?
Hoje muitas pessoas acreditam que existe uma escolha,
acreditam que existe a possibilidade de viverem divididas entre a cabeça ou
coração, emocional ou profissional, material e espiritual ou tantas outras
faces da dualidade.
Mas como pode ser possível caminhar pela vida usando só um
lado do corpo? Ou talvez tentando viver assim?
Isso é desmerecer as generosidades do universo.
O que tenho visto, é que quanto mais fugimos da integridade
de vivenciar os acontecimentos da vida, mais somos convidados para vivenciar na
totalidade da vida.
Se, com um pouquinho de humildade, possamos perceber que
tudo que é essencial para estarmos vivos é duplo como pulmão, rins, cérebro e o
coração é 2x2. Talvez se consiga interiorizar que a saúde está na presença da
sincronia da dualidade em nós, no caminho do meio - caminho do amor.
O amor não se divide, se multiplica!
É aí que surge a guerra em nós, quando queremos nos dividir
para viver o amor.
Isso seria amor ou posse/propriedade privada?
Estar em divisão eterna é falência existencial, é o caminho
de morte continua. Mas se entrarmos na multiplicidade da vida, é um mergulhar
direto para a abundancia universal. A natureza é abundante, a vida é prospera e
continua. Eterna!
Se um dia surgir uma vontade verdadeira de estar em paz, o
primeiro passo é diluir a dualidade para encontrar o caminho do amor na totalidade
do ser.
Substituindo a posse e o apego, por cumplicidade e
integridade.
Se despedindo da carência e se ofertando para vida como uma
Oferenda Divina, na mais profunda conexão com o todo, reconhecendo que é na
totalidade que habita o amor e a harmonia de viver.
Somos todos um, somos gotinha de amor no mar da vida.
Com amor
Ana Paula Marafigo (Kaliantra)